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ST 3.3 –
Protección radiológica en medicina nuclear
APLICAÇÃO DE MONITORES PORTÁTEIS PARA MONITORAÇÃO
INTERNA EM MEDICINA NUCLEAR
Marques de Oliveira, Salomão*; Cruz de Assis, Jânima;
A. Dantas, Ana Letícia; M. Dantas, Bernardo
Instituto de Radioproteção e Dosimetria – IRD. Brasil.
* Autor responsable, email: salomao.marques@ymail.com
Nos Serviços de Medicina Nuclear (SMN), profissionais especializados manipulam
rotineiramente radiofármacos para fins de diagnóstico e terapia. O controle das incorporações
de radionuclídeos pelos trabalhadores pode ser realizado por meio de técnicas de dosimetria
interna, como parte integrante do programa de proteção radiológica da instalação. O uso de
radiofármacos para fins terapêuticos e diagnósticos in vivo e in vitro, no Brasil, é regulamentado
pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). A Agência Internacional de Energia
Atômica (AIEA) recomenda a implantação de programas de monitoração interna de
trabalhadores sujeitos ao risco de exposição a doses efetivas anuais superiores a 1 mSv. Cabe
ressaltar que, atualmente, existem disponíveis apenas cinco laboratórios capacitados a prestar
serviços de monitoração interna em todo o território brasileiro. Caso a exigência de
monitoração interna dos trabalhadores fosse aplicada pela CNEN, a oferta de serviços de
monitoração interna não seria suficiente para atender toda a demanda dos SMN. Com o
objetivo de contornar esta situação, este trabalho apresenta o desenvolvimento de uma
metodologia simples e de baixo custo para realizar a monitoração in vivo de I131 na tireoide. A
técnica consiste na utilização de monitores portátéis de contaminação superficial, equipamento
amplamente utilizado e de posse obrigatória por todos os serviços de medicina nuclear do
Brasil. Os monitores avaliados foram calibrados com simulador de pescoço-tireoide
desenvolvido no Laboratório de Monitoração In Vivo do IRD. Foram testados cinco modelos e
suas incertezas foram estimadas com base nos parâmetros de calibração. Todos os modelos
avaliados se mostraram adequados para aplicação em monitoração ocupacional in vivo de
iodo-131 na tireoide. Esta conclusão baseia-se no fato de que, em todos os modelos, o sistema
de detecção apresenta sensibilidade suficiente para a monitoração in vivo até sete dias após a
incorporação de I131 em valores que resultem em doses efetivas inferiores a 1 mSv,
considerando os cenários de exposição mais comuns na rotina de trabalho de serviços de
medicina nuclear.